sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Rotina do trabalho.

Acorda com os olhos vendados pelo sono. Levanta-se com o peso das correntes que querem o prender na cama. Banha-se apressado pelos guardas da consciência. "Come" correndo e se queima com o café amargo. Aperta o passo para chegar ao transporte público. Enfia-se d'alguma maneira no mar de pessoas. Espera horas no mesmo lugar, cada vez mais quente, cada vez mais gente. É transportado como um animal até o local do trabalho. Chega um minuto atrasado e tem o "salário" cortado. Ouve reclamações e broncas o dia todo. Engole a refeição fria, igual a de ontem e de amanhã. Continua trabalhando. Vai embora n'um transporte ainda mais cheio que o da ida. Caminha para casa arrastado pelo sono como se fosse grilhões presos em suas pernas. Dorme mas não descansa. Sonha e acorda. Acorda com os olhos vendados pelo sono. Levanta-se com o peso das correntes que querem o prender na cama. Banha-se apressado pelos guardas da consciência.

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