sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pinóquio da vida real.

Então ela perguntou, cheia de insegurança.
-Dize-me, mesmo depois de todo esse tempo, depois de todo mal que te fiz, ainda me amas?
-Não. Não te amo mais, e fico triste ao pensar que posso nunca mais te amar, que posso nunca mais amar a ninguém. - respondeu o garoto, estoico para a maioria, mas ela sabia muito bem que por dentro ele chorava.
-Jura? Não ama-me mesmo? - perguntou mais uma vez a garota, mais insegura do que no primeiro questionamento.
-Juro. Eu perdi todo esse amor. Toda aquela alegria que tomava conta de mim quando eu te via foi embora, e a culpada é você.
-Não, não podes estar dizendo a verdade, tens de estar mentindo! - a garota já estava praticamente a gritar, tamanho o desespero de estar perdendo-o - Éramos tão apaixonados, dizias coisas tão lindas para mim, escrevias poemas tão belos tendo a mim como musa. Não! Não podes estar dizendo a verdade, estás mentindo, não vás, por favor, amor...
Essas últimas palavras foram pronunciadas com a garota já em prantos enquanto se ia debruçando-se e caindo aos pés do amado, tentando segurá-lo ali, tentando evitar a já iminente partida de seu amor.
Mesmo com todo o esforço da menina o garoto foi embora, mas aquelas últimas palavras ecoavam em sua cabeça "estás mentindo".
Seu nariz não havia crescido, mas ela sentiu que ele mentia. De fato, aquela garota o conhecia melhor que qualquer outra, mas ele tinha de ir embora...

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