sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Meio-dia.

Badalaram as doze batidas no meu coração. Porém, dessa vez eu não precisava correr. Dessa vez eu fiquei, fiquei e contemplei tua beleza. Contemplei você, você que era meu meio-dia, que era tão calorosa comigo, que trazia tanta luz, tal como o meio-dia.
É, querida, você era o meio-dia, e o dia era minha vida. Aquele dia que era até então pacato e um pouco frio ganhou luz, ganhou calor que aqueceria meu coração a partir daquela hora. Você foi meu meio-dia, a hora divisora entre meu dia e minha tarde, entre aquele Lucas infante, inocente e ingénuo e esse outro Lucas, quase-adulto, maduro e mais sábio.
E é por isso que eu tinha medo do escuro, por isso que não queria mais o frio, desejava apenas o calor do sol das doze horas, queria a tua luz, querida.
Mas mesmo assim anoiteceu.

Meio-dia.

Bateu meio-dia e eu ainda não comecei escrever. Faz meia-hora que olho para a folha em branco. Estamos no meio da semana e nem comecei a arrumar meu quarto. Chegou o meio do mês e não continuei a dieta. Já é o meio do semestree não iniciei os estudos. É o meio do ano e ainda não arrumei um emprego. No meio da década! Não saí do lugar. Estou no meio da minha vida... e não comecei a viver.