sexta-feira, 18 de março de 2011

A valsa.

O sol estava se apagando, as janelas eram invadidas por uma luz alaranjada, ele a olhava, ela disfarçava. Ele a tomou nos braços, e o mundo de repente parecia um sonho, fruto de sua imaginação. A música começou. Ele a puxou mais para perto e a conduziu. Seus passos eram ritmados, seus corpos colados. Ele a carregava, ela praticamente não precisava fazer nada, era como se somente um estivesse dançando, como se fossem um. A música continuava, cada vez mais devagar. O sol se escondia, cada vez mais crepuscular. A noite já começava a aparecer, o céu começava a se enfeitar de estrelas. A única luz agora vinha da lua altaneira, e ela assistia ao casal. Os dois valsavam. ele não podia estar mais feliz por poder dançar n'uma bela noite como essa. Não havia mais ninguém lá, todos partiram, somente os dois restavam. A luz lunar brilhava de acordo com a música, nunca os perdendo de vista. A noite foi aumentando, a música agora tinha o ritmo do bater de seus corações. Ele sentia como se dançasse nas nuvens, sentia como nunca que só podia estar sonhando. Até que alguém chamou seu nome. Mas ele não ouviu, estava muito distante, não podia acabar com esse momento. - Carlos! - A voz insistiu. Carlos saiu então de sua transe, a música parou, o salão mudou. - Carlos! Quantas vezes eu vou falar pra você parar com sua dancinha, largar de ficar enrolando e terminar logo de varrer tudo por aqui?! Ele colocou sua parceira no chão e continuou a varrer. Mas por uns bons minutos ele foi feliz.

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