sexta-feira, 17 de junho de 2011

Trilhos.

Sempre seguindo os trilhos, eu viajava para o meu destino pré-programado. Os trilhos mostravam por onde eu devia andar, que rumo tomar. E eu o seguia, seguia pelo horizonte afora. E a vida era simples e fácil assim. Sem pressa e sem grandes emoções eu era levado pelos trilhos.
Até que um dia, o caminho me deu duas opções e eu não pude simplesmente me deixar guiar, eu tinha de escolher. Na bifurcação entre a emoção e a felicidade o trem descarrilhou, eu não consegui escolher e não seguir nem pra lá nem pra cá. Apavorado, tomado pelo pânico. Eu sempre segui os trilhos, o que eu faria agora? Eu iria morrer, com certeza, mas eu continuava a correr, cada vez mais rápido. Admito que tentei parar, puxei os freios de segurança, mas de nada adiantou. Talvez eu não tivesse a intenção de parar, talvez fosse algo inconsciente me dizendo pra seguir em frente.
Eu perdi os trilhos, eu me perdi. Estava sem rumo, seguindo em frente já não sei mais pra onde. Sem destino. Eu descarrilhei, tinha medo, estava ansioso, nervoso. Era tudo novo, tudo diferente. Eu não conseguia - ou não queria? - parar, e cada vez mais rápido eu seguia para lugar nenhum. Dos trilhos eu saí, eu já não precisava mais deles quando percebi para onde ia.
Eu descarrilhei? É impossível dizer isso. Eu não perdi o meu rumo, entre a felicidade e a emoção eu segui até você. Eu não descarrilhei, eu segui os trilhos do meu coração.

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