sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Casamata.

Não fazia mais ideia de quanto tempo estávamos no búnquer, dias, semanas,horas. Eu não aguento mais, eu vou sair, não há ninguém lá fora, por que precisamos ficar aqui, Não seja idiota, smith, lembre-se do que o sargento disse, nós não podemos nos expor, devemos esperar, eu respondi a fim de acalmá-lo, Esperar pelo quê, a guerra acabar, pelo amor de Deus, você sabe que não há ninguém lá fora, que estamos aqui sómente para não atrapalharmos, ele exclamava inquieto, Todos temos importância, até ficar nessa Casamata tem seu valor, não queira bancar o herói, O herói é aquele que não conseguiu fugir, Por isso não somos os heróis, não fugiremos, smith, ele parou por alguns segundos, como se saboreasse o que eu disse, ele olhou para o infinito e depois para os meus olhos, Você está certo, disse levantando-se, eu não vou fugir, sorri satisfeito por ter feito com que mudasse de idéia. De repente ele se levantou, correu, gritou, tentei pará-lo, ele não me ouviu, por um segundo eu pensei que estava certo, era inútil ficar aguardando uma acção do inimigo, não havia ninguém lá, o primeiro tiro cortou o ar e rasgou seu braço, o segundo perfurou sua perna, os outros incontáveis se alojaram no seu torso, em sua cabeça, ele caiu. Eu tive medo, eu continuei escondido, não podia fazer mais nada, ele estava mortinho da Silva, imagino que eles também estavam a esperar por muito tempo, tinham sede, um se levantou e foi adiante, o outro atrás, mais que um compromisso, mais que uma questão sobrevivência, em segundos dei cabo dos dois, eles mataram meu amigo, meu amigo se matou, e até segunda ordem eu continuarei nessa Casamata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário