sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O casal.

Logo ali havia um rapaz que era tudo que se espera de um homem: era bonito, gentil, carismático, bem-humorado e muitos outros adjetivos que denotem belas qualidades.
Ele tinha também uma extrema devoção pelo seu amor. Sempre mantinha-o próximo de si, sempre cuidava do seu amor, sempre atencioso.
Havia um outro moço que não ficava muito atrás. Ele era delicado, amável, escrevia belíssimas coisas para seu querido amor e o queria mais que tudo.
Ele possuía uma devoção igual — senão maior — a seu amor. Ele lhe escrevia todos os dias diversos sonetos e odes em louvor àquela pessoa que era sua maior inspiração.
E sim, eles eram um casal.

O casal.

Ele talvez fosse muito alto, muito comprido, assim como seu cabelo. Seu estilo era meio diferente, seu sorriso era difuso, seu olhar era confuso. Ele andava de um jeito estranho, como se sempre estivesse feliz, "alguém que sempre está feliz, nunca está feliz" diziam. Ele não era o mais bonito do mundo, não senhor, ele era muito diferente para ser belo. Ele era muito magro, muito alto. Seu cabelo era muito comprido para os padrões aceitáveis. Seu sorriso era muito escancarado para a sociedade séria e irônica.
Ela era muito baixa, pelo menos baixa demais para ele. Seu estilo era bem diferente, seu sorriso era confuso, seu olhar era difuso. Ela podia ser considerada "rechonchuda", o que não é algo bem visto. Seu cabelo era colorido, seu cabelo era estranho, seu cabelo era desgrenhado. Ela não era a mais bonita, era levemente atraente, porém gravemente diferente. Ela era muito baixa. Seu cabelo curto demais para uma dama. Seu jeito muito escancarado para a sociedade manipuladora.

E o que importava para os dois, não é possível descrever, à primeira vista.