terça-feira, 29 de março de 2011

No restaurante.

No restaurante,
tentando te impressionar a cada instante.

Pedindo tudo que há de caro:
comida chique e um vinho raro.

No restaurante,
agindo como um infante

Fingindo que minha vida é sempre assim,
que eu também não achei o escargô ruim.

No restaurante,
com uma pose galante.

Dando a entender que és uma qualquer,
e que eu não sempre te quis como minha mulher.

No restaurante,
tudo volta a como era antes.

O vinho cai.
De minha atitude reclama,
diz que já não me ama.
Você se vai.

No restaurante,
desperdiço minha última chance
de ser teu amante.

No restaurante.

Pedi uma bebida qualquer.
O garçom perguntou-me
Se queria com ou sem gelo.
Parei e pensei comigo mesmo
Que pouco importava.
Pois cá dentro tudo congelou.