terça-feira, 17 de julho de 2012

Dançar.

Perdido, encontrei-me naquele baile,
sozinho e acuado, apenas observando, afastado.
Ao meu lado, todos a dançar, e eu, temeroso, não saia do lugar.

O tempo passava, e cada vez mais, ao ambiente, me misturava.
Até que uma roda foi formada, ao redor de uma menina,
que rodopiava com graça, como uma bela bailarina.

E sorria, como se nada importasse,
e girava, como se sozinha estivesse.

Girava, girava, leve feito pluma.

Dançava, como se tivesse nascido a rodopiar,
dançava. E escondido eu continuava a espiar.

Leve, graciosa e doce,
sorriu-me, chamou-me.
"Quem, eu?"

Puxou-me (para ela)
Puxou-me (para mais perto)
Um forte abraço ela me deu.

"Eu não sei dançar" Confidenciei,
"Pode deixar, eu sei".
Sorriu-me, conduziu-me.

E rodopiávamos como um só,
rodopiávamos como sobre as nuvens,
A bailarina e eu, a dançar. meu coração só não saia pela boca
|pois minha garganta deu um nó

Girávamos, girávamos, leves feito amantes.

Talvez eu soubesse sim dançar,
talvez eu só não tivesse feito certo antes.

Só precisava de um bom motivo,
de paixão no coração,
e agora tinha essa menina (minha bailarina).

Mas ela parou.
Parou.

E foi embora,
disse que eu poderia dançar com qualquer outra
que conseguiria, que ficaria bem.
Mas no primeiro passo trancei as pernas.
E nunca mais dancei com ninguém.

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