sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Hiato.

Estava sempre correndo contra o tempo. Prazos, expectativas, pressão. Todos queriam algo a mais dele, um esforço, uma força.
De segunda a segunda, não tinha sossego, em casa, no trabalho, com os amigos, um novo problema, um novo projeto, uma nova ideia.

Um novo motivo para perder o sono.

Dormia cada vez menos, tinha sonhos cada vez piores.
Sonhava que dormia.
Sonhava que descansava.
Sonhava que tinha paz.

E os dias passavam, e ele ficava. Todos seus planos... não eram tão importantes. Todas suas metas... ficaram para trás. Seus sonhos, morreram. E ele, ele ficava.

Cansado, exausto, esgotado. Sobrevivia, sem tempo para viver.
Morria, sem tempo de sofrer.

Resolveu tirar férias, mas teria logo de voltar, não daria tempo para voltar no tempo.
Resolveu se demitir, mas não conseguiria manter as coisas como estavam.
Resolveu tirar um hiato, indefinido.

E, se não houver vida após essa, eterno.

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