terça-feira, 4 de setembro de 2012

Copo d'água.

E cá estou eu,
sedento,
há dias perdido.

Sem saber para onde ir,
num deserto de solidão.

Sob o sol escaldante
completamente exposto
desprotegido.

Sem rumo,
Sem norte,
Sem ninguém.

Encontrei outros, também perdidos.
Já encontrei quem dizia saber onde ia.
Encontrei e desencontrei.

Sedento, perdido.

Te vi ao longe mas não quis crer
Depois de tantas ilusões, miragens
fica difícil definir o real.

Abriu-me um sorriso,
estendeu-me a mão,
senti-me, afinal, vivo.
O calor não importava,
a sede eu esqueci.
Podia sobreviver só do seu olhar,
me esconder em teu sorriso.

"Você não parece bem, tome"
E, pasmem, me entregou um copo d'água.
Cristalina, até a boca, fria (frívola?)
Tomei num só gole,
não sei se foi a água,
se foi você.
Mas algo dentro de mim estava diferente.

"Onde achou essa água?"
"Estava em cima do piano."
Fui feliz.

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