sábado, 20 de abril de 2013

A Chuva.

Chovia no dia que nos conhecemos, a chuva era fraca, como a esperança que eu tinha de darmos certo, uma simples garoa. Lembro-me muito pouco dela, lembro-me muito pouco daquela noite, deixei toda minha memória reservada para teu toque. Mas sei que chovia.
Sempre está chovendo. Por aqui, sempre está chovendo.
E lembro de quando fugimos da chuva, como quem foge do inesperado, com medo de se molhar, com medo de correr o risco. Admito que a chuva era forte, muito forte, como o que eu já sentia por ti. E, já protegidos, meu coração batia forte, e um sentimento inundava meu coração, como a chuva que inunda cidades, violenta e abruptamente.

Chovia, chovia aqui dentro. Ininterruptamente. Até que teu sorriso a interrompeu .
Do teu sorriso abriu um dia belo, um dia quente de verão. Tu abriu o sorriso e o céu se abriu, para não ficar pra trás.

Quando fui atrás de ti, o céu aberto, o sorriso escancarado. O Sol no céu, tu em mim. Choveu, quem diria, choveu. E eu não fui precavido, fui apenas com a cara, a coragem e o amor. E a chuva.
Sem guarda chuva, sem medo. Banhei-me, purifiquei-me. As gotas d'água encontravam minha face sorridente, batiam, se espalhavam. Eu, ensopado, finalmente entendi que não adiantava correr, que me proteger não me protegia de nada. 
Tentar fugir é inútil e os respingos serão amargos.
Abri o sorriso, abri os braços, lhe dei um abraço e ganhei um beijo.
E finalmente entendi a magia do beijo na chuva.
Quem está na chuva, é para amar.

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