segunda-feira, 29 de julho de 2013

Estrela Azul.

Estrela Azul ainda brilha.
Todo o passado corre
Nas pistas de toda vida.
Pistas do que já foi,
Do que pensou em ser,
Do que poderia ter sido.

A casa do chão vermelho,
Alegrias que não são lembranças,
Alegrias ensinadas, contadas,
Vividas talvez,
Sobretudo contadas.

Nada extraordinário
O melhor da classe,
Classe pequena,
Nada extraordinário
Perto de tantos outros.

Estrela Azul,
Vontades e desejos,
Perdidos, tão distantes.
Tudo que tornar-se-ia tão fácil,
Vontades e pedidos.
Desejados, tão distantes.

As brincadeiras,
Os bonecos,
Os desenhos,
Os jogos,
E um comunismo por medo de ser derrotado,
Comunista antes de saber de comunismo,
Mais comunista que jamais seria.

A casa da rua de cima.
O lobisomem da colher de sal.
Alucinações de seis anos de idade.
Futebol de portão de um só jogador.
Aniversário chuvoso e gelado.
Edênicos jardins de Esperança.

Grande literatura de pequeno
Com Marcelos, Princesas, Marmelos, Ervilhas e Martelos,
A arca de Noé,
E um poeta em potencial? Não sei.
Poeta inato? Não sei.
Poeta? Não sei.

Estrela Azul que se apaga.
Ecos, nada mais,
Somos apenas isso no final,
Memórias, lembranças,
Álbuns, histórias.

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