sábado, 2 de março de 2013

Um anjo.

Morri? 
Estou eu no paraíso?
Não, não é possível, não vejo altos portões dourados,
vejo acinzentados prédios enormes.
Ou será que realmente morri?
Qual a certeza que iria para o céu afinal?
Mas, se não estou no paraíso, o que explicaria ela?
E essa alegria.

Todos me parecem infelizes,
todos me parecem quebrados.
Não estamos, afinal, num lugar aprazível e paradisíaco,
não há vida eterna,
não há sequer amor.

Mas estou feliz.

Será que só eu que vejo?

Aqui em minha frente, um anjo veio me visitar,
a coisa mais bela que já vi,
não pode ser desse mundo, não pode ser daqui.
Tem um sorriso de dar inveja aos deuses,
e um olhar que traz consigo o infinito.

Não veio do céu, 
mas é de lá do norte.
Para ter paz eterna, 
e encontrar o significado do amor,
não precisei encarar a morte.

Um anjo.

Um anjo infiel,
Cabelos de ouro,
Olhos cor do céu.

Um anjo tão bom,
Amável e puro,
Sem salvação.

Um anjo sem fé
Posto em agouro,
Caiu em pé.